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terça-feira, 22 de junho de 2010

Paulo Coelho lançará novo livro em julho

“Não foi um livro fácil de escrever, porque trata de uma de minhas vidas passadas, e isso trouxe a tona uma série de confitos interiores, que me fizeram encontrar Hilal, de 21 anos. Juntos cruzamos a Ásia de trem. Desde que fiz a terceira peregrinação sagrada, em 2006, muita coisa mudou em minha vida.”

O escritor brasileiro, Paulo Coelho, lança em 27 de julho seu novo livro, “O Aleph.”

Seguindo a sua tradição de antes de lançar um novo livro, esclarecer as (pré) dúvidas de seus leitores e de si mesmo sobre e nova obra, esta semana Paulo publicou em seu blog (paulocoelhoblog.com) a sua auto-entrevista sobre tudo o que sentiu ao escrever “O Aleph.”

Confira abaixo toda as perguntas feitas de Paulo Coelho a si mesmo:

1) Em O Aleph, você menciona que em 2006 estava passando por um momento de questionamento de sua fé. O que desencadeou esta crise?
A fé não é algo estático, mas uma dinamica constante. Um famoso místico alemão já disse que muitas vezes ele estava com muita fé antes de atravessar uma rua, e quando chegava na outra calçada toda a sua devoçao havia desaparecido. Portanto, eu nao chamaria isso de crise, mas de um comportamento normal, com altos e baixos. Uma fé que se cristaliza perde o seu sentido e se transforma em fanatismo. A fé cresce quando é alimentada pela dúvida e pelos questionamentos interiores. Deus é verbo, Deus é ação – e nosso contato com ele, que chamamos de “fé” tambem faz parte desta açao. Ou seja: minha busca espiritual passa por um questionamento diário, e é isso que a faz mais forte, mesmo que em determinados momentos – como em 2006 – este periodo estivesse se prolongando por muito tempo.

2) Em determinado momento, você chega a dizer que não se sentia mais perto de Deus. Como você se sente hoje em relação a isso?
O fato de nao me sentir perto de Deus em determinados momentos, jamais significou que Ele não estava ao meu lado todo o tempo. Era apenas uma questão de reconhecer isso – algo que nunca duvidei. Ou seja, o ser humano, com suas limitações, cria suas fantasias, mas a alma deste mesmo ser humano diz:”está bem, curta seu momento de fraqueza, mas voce sabe que é uma bobagem – Deus jamais lhe abandonou e jamais lhe abandonará”. Com o passar do tempo, essa realidade se impõe.

3) No começo da carreira, títulos como O diário de um mago e O alquimista mostravam bastante seu fascínio pela busca espiritual. Em O Aleph, você chegou a pensar que “livros sagrados, revelações, manuais e cerimônias” podiam parecer coisas absurdas, e sem efeitos duradouros. Você não teve medo de expor esses seus questionamentos?
Desde “O Diario de um mago” e da peregrinaçao a Santiago de Compostela eu tive a revelaçao mais importante da minha vida: o mágico està à nossa volta. Em 1986 eu vinha de quase 20 anos acreditando nos “segredos, revelaçoes”, etc. e foi só aó que entendi que tudo que estava oculto está revelado. Dediquei Ö Diario de um mago ao meu guia, com as seguintes palavras: “Quando começamos a peregrinação, eu achei que havia realizado um dos maiores sonhos da minha juventude. Mas você resistiu bravamente a todas as minhas tentativas de transformá-lo em herói. Isto tornou muito difícil nosso relacionamento, até que entendi que o Extraordinário reside no Caminho das Pessoas Comuns. Hoje em dia, esta compreensão é o que possuo de mais precioso na minha vida.”

4) A Transiberiana seria parte de sua terceira peregrinação. De que maneira ela se assemelha ao Caminho de Santiago de Compostela?
a] O Caminho de Santiago era um movimento importante no espaço físico: eu partia do ponto A, chegava no ponto B, e durante esta viagem encontrava e absorvia tudo que estava diante de mim.
b] O Caminho de Roma (1989) foi uma peregrinaçao no tempo: precisei ficar 70 dias no mesmo lugar (neste caso Lourdes, na França), e embora as coisas nao “acontecessem” como em uma viagem normal, o fato de nao poder mover-me além de certos limites obrigou minha alma a ver as mesmas coisas de maneira diferente.
c] Finalmente, o Caminho de Jerusalem ( que incluiu a Transiberiana, onde procurei sintetizar toda a experiencia ali adquirida) fez com que eu me movesse não apenas no espaço físico mas tambem no tempo (trazendo o passado ao presente, e levando o presente ao passado) . Nunca imaginei que conseguiria escrever a respeito, mas depois de quatro anos amadurecendo a idéia, o momento chegou.

5) O Aleph é um retorno ao livro em primeira pessoa. Quais as diferenças entre escrever ficção e não-ficção.
É muito mais difícil escrever não-ficção, porque o autor não tem outra escolha a não ser expor publicamente sua alma. Isso nem sempre é agradável, mas é necessário. Como dizia Jesus, “a verdade vos libertará”.

6) Hilal (personagem feminina central no livro) foi seu amor em uma vida passada, mas ela o descreve como seu amor nesta vida. Como você lidou com isso?
Eu estou casado há 30 anos com a mesma mulher, e isso me dá muito mais tranquilidade para enfrentar este tipo de situação. Tambem conta o fator “idade”: o amor exige sobretudo uma relação apaixonada e madura, que tenho hoje em dia com Christina. Hilal, quando a conheci, tinha 21 anos (embora parecesse mais velha). Conversamos recentemente por email: ela pressentiu que eu estava escrevendo sobre nossa experiencia, e voltamos a ter contato. Não perguntei sobre sua vida afetiva, mas tenho certeza que é uma questão de tempo até que encontre a pessoa que Deus colocou em sua vida.

@gerhardonline

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