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sábado, 22 de maio de 2010


Covarde e permanente

Falo muito de saudade e uso o termo ”permanente” porque é o que melhor descreve esse sentimento em mim.

Se eu fosse dizer ”sinto saudade” pra todas as pessoas e coisas das quais eu sinto saudade, perderia um tempo quase equivalente a minha vida toda.

Teria que ligar todos os dias para no mínimo vinte pessoas, e algumas delas, mais de uma vez no mesmo dia.

Escreveria no verso de todas minhas fotos de bebê, criança e com a família ”sinto saudade” e no roda pé de todas as cartas da minha ”caixa de lembranças”. Aliás, mudaria o nome dela para ”caixa da saudade”…

Tambem escreveria em qualquer banco de uma certa praça, ou na escadaria de uma certa igreja. Na calçada da Av. Paulista tambem.

Conversaria seriamente comigo mesma dizendo ”sinto saudade do tempo em que não era assim” fazendo com que minha arrogância, orgulho e impaciência tivessem vergonha de existir.

Gritaria em direção ao céu ”sinto saudade!”, como se uma certa estrela cadente, ás cinco da manhã de uma certa madrugada, pudesse ouvir (e aparecer denovo).

Beijaria dizendo, ou falaria beijando, entre certos lábios. E no meio do abraço, em um certo ouvido, repetidas vezes: ”sinto saudade, sinto saudade, sinto saudade…”

O que mais odeio na saudade – e por isso a chamo de covarde, - é a angústia causada pela vontade de querer denovo o que a gente sente falta, e na maioria das vezes, não poder repetir a dose.

Nada volta, nada se repete, mas a saudade não vai embora. Nunca.

Mas o lado bom da saudade é fazer com que a gente reviva certos momentos, beijos, abraços e lugares, mesmo que em nossa imaginação. E eu acredito que seja pra isso que a saudade exista.

Ainda que de uma forma quase torturante, ela faz com que, o que aconteceu, não morra dentro de nós.

Isabela Lisboa, lisbworld.wordpress.com

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